A Balada do Cárcere de Reading
I O casaco escarlate não usou, pois tinha De sangue e vinho o jeito; E sangue e vinho em suas mãos havia quando Prisioneiro foi feito, Deitado junto à mulher morta que ele amava E matara em seu leito. Ao caminhar em meio aos Julgadores, roupa Cinza e gasta vestia; Tinha um boné de críquete, e seu passo lépido E alegre parecia; Mas nunca em minha vida vi alguém olhar Tão angustiado o dia. Eu nunca vi alguém na vida que tivesse Tanta Angústia no olhar, Ao contemplar a tenda azul que os prisioneiros De céu usam chamar, E as nuvens à deriva, que iam com as velas Cor de prata pelo ar. Num pavilhão ao lado, andei com outras almas Também a padecer, Imaginando se seu erro fora grave Ou um erro qualquer, Quando alguém sussurrou baixinho atrás de mim: - O homem tem que pender.? Cristo! As próprias paredes da prisão eu vi Girando a meu redor E o céu sobre a cabeça transformou-se em elmo De um aço abrasador; E, embora eu fosse alma a sofrer, já nem sequer Sentia a minha dor. Sabia qual o pensamen