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Mostrando postagens de abril, 2013

Detalhes

Morada do diabo Coisinhas poderosas Se deix o passar, arrepend o - me depois Se d ou muito valor, deixam de ser Pequenos, mas excessivos Dispensáveis, mas necessários Detalhes malditos Benditos detalhes Fazem muita diferença Como do dístico mudar p'ra quadra Como ir do verso solto Para o com rima emparelhada Já não mais sei se volto Ou se continuo essa confusão danada . . . Detalhes ignorados Caos por toda a parte Detalhes desgraçados Incomodam a vida, a morte, a arte!    . . . Confesso/exalto meu detalhismo Com detalhes , Assim, Destacados Me perco, Em meu lirismo Com e s t es versos Bagun ç ados

Cor

Não tem como você estar navegando no facebook, sua namorada postar isso no seu perfil e seus olhos não se encherem de lágrimas... ♥ Se eu pudesse, escreveria um poema pra ti todo dia, Porque é você meu motivo de alegria, Meu Sol de toda manha, minha estrela de toda noite, Sem você vivo o ferro e o açoite, Sem você meu mundo não é um, é faltante, Da parte de ti que esta distante, Na minha parte mais importante, Sem você minha ferida é saudade, Eu te amo de verdade, Te amo mais que tudo, Sem você meu canto é mudo, Sem você não sei viver, nem estar, A cor da minha vida é te amar. De Luana Kuchma para Douglas Soares.

Cena de Pele

Do afago da faca o bálsamo da madrugada, O escuro nasceu quando a luz foi excitada: Tua pele branca me arrepia, Tua pele, quente e macia, Me prende em teu corpo despido, No suor do meu corpo reluzido, Meus seios se arrepiam as pontas, Na brincadeira que tua língua me apronta, No cheiro que é o teu cheiro em mim, Beijo, Blues, gemidos e Jasmim. Tua disciplina de recolher minha saliva, Fazer-se fogo e queimar-me viva. Tua escola de me alinhar no vai-e-vem, Nessa trama tua e nua e de mais ninguém. Nessa arte sem vergonha de provocação, Sou a teoria, você é minha ação. Como uma cena não contida, Numa explosão que se alastra facilmente, Tem espinhos uma Rosa crescida, Tem peçonha os olhos da serpente, Como o que vicia sem fazer mal, Teu toque é minha poesia carnal, Meu refúgio, meu paradeiro: Encaixada em teu corpo, escrava do teu cheiro. Te escureço em minha rima, Te versando nesse interno calor. Cena de pele nunca termina: Não é sexo, é amor. L. Ku

Espectro

Uma taça de vinho para comemorar Os poucos dias de vida que hão de restar Àqueles que o jogaram ali Que o transformaram no monstro que vi De olhos negros e barba cinzenta Sua idade era trinta, mas aparentava oitenta As décadas no cárcere sua alma corromperam Esperanças, sonhos e fantasias morreram A vingança era visível em seu semblante Doce, fria, acolhedora, deslumbrante Com empenho caçará os culpados E o inferno trará aos verdadeiros condenados Um espectro, uma maldição Uma lâmina afiada em cada mão Movimentos rápidos, sangue jorrando Um corte, um coração, o prazer aumentando A realização de tirar uma vida De julgar uma alma que deve ser punida Quando o vejo, não reconheço Aquele certo medo que via no começo Sua aura se tornou pesada e funesta Não sei se é homem, demônio ou besta A dor e o exílio o fizeram mudar Aquela ternura foi trocada, pelo desejo de matar

Metade

Que a força do medo que tenho Não me impeça de ver o que anseio Que a morte de tudo em que acredito Não me tape os ouvidos e a boca Porque metade de mim é o que eu grito Mas a outra metade é silêncio. Que a música que ouço ao longe Seja linda ainda que tristeza Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada Mesmo que distante Porque metade de mim é partida Mas a outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor Apenas respeitadas Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos Porque metade de mim é o que ouço Mas a outra metade é o que calo. Que essa minha vontade de ir embora Se transforme na calma e na paz que eu mereço Que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensada Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso Que eu me lemb

Nós, velhos de espírito

Nós, velhos de espírito, não sabemos sair de cena. Esperamos sempre ser reconhecidos, que alguém sinta nossa presença, que alguém sinta nossa ausência, que alguém nos sinta. Esperamos ter o nosso nome em uma plaquinha na porta do escritório, com aquele enorme nome de velho de espírito, com aqueles títulos de velhos de corpo. Nós, velhos de espírito, não queremos mudar, queremos tudo como está, achamos o mundo perfeito, feito por um Deus perfeito, de inteligência perfeita. Onisciente, onipresente, onipotente. Nossa vida é regida pelas leis de Newton, pela experiente vó Inércia. Tudo que está em repouso permanecerá em repouso, tudo que está em movimento permanecerá em movimento, e nenhuma força sequer será gerada para causar uma aceleração e deslocar a trajetória um milímetro sequer. Nós, velhos de espírito, seguimos Newton ainda, velho e obsoleto como nós... Os jovens já falam de um alemão herege chamado Einstein; um velho, mas talvez não de espírito. Nós, velhos de espíri

A Vida e os Jogos das Almas Condenadas

"Nada deve ser guardado" - repetia à si mesmo em pensamento, enquanto suas palavras saíam de sua boca como vômito: um fluxo ininterrupto de um líquido amargo e espesso que o sufocava, lhe privava a respiração, mas que ele não podia mais manter dentro de si. Precisava jogar fora todo aquele mal, precisava se livrar de toda a podridão que estava em seu corpo. Sabia que ao deixar aquilo sair ele melhoraria, era algo necessário, apesar da agonia que sentia. Não tinha mais escolha, não podia mais carregar tudo aquilo. Sua revolta e dor vieram de um misto de sentimento de impotência, inutilidade, covardia e medo. Não conseguia acreditar que fora tão ingênuo, não aceitava que tivesse sido tão cego. A adaga fora retirada de seu peito, mas seu coração ainda bate (com dificuldade), teme que suas feridas jamais parem de sangrar. Isso deveria mesmo acontecer? Não sabia o motivo, não conseguia entender o motivo... Seu esforço, atenção e afeto não foram suficientes? Prazer? Ego? Soc