Eu não existo. Ou simplesmente não sinto isso. Tudo passa, tudo acaba, tudo tem um ponto final. O inevitável sempre está presente. O tempo passa, a vida murcha, os olhos perdem o brilho e os músculos atrofiam. E o que eu faço quanto a isso? O que eu fiz durante todo esse tempo? Uma ligação perdida, um sorriso contido, uma carta não enviada, um olhar evitado, uma palavra entalada, um ato desencorajado, uma derrota aceita, uma vida desperdiçada... Me afastando de quem está por perto, me tornando inacessível a quem está distante. Quando foi que comecei a ser assim? Quando foi que a vida se tornou tão morta? Nada é como antes, nada será como foi um dia. A aceitação é sempre uma Virgem de Nuremberg, onde cada fato é como uma espada que atravessa minha carne e resulta em uma hemorragia cruel e profunda. Já não tenho mais sangue para perder, mas não consigo parar de sangrar. Me escondo do mundo, me escondo dos que me procuram, me privo de sentir os raios d