Escrevo...

Escrevo só para mim
Coisas que deveria gritar
O corpo diz "não", a mente, "sim"
Eterna ferida a cicatrizar  
Sei que nunca verei o fim
E esse hábito há de me matar

Nos versos o sangue jorra
Nas estrofes, um coração pulsando
Minh'alma jaz em uma masmorra
Minha mente, constantemente me torturando
Há dias em que deseja que eu morra
E há outros em que só quer me ver lutando

Uma caneta é minha espada
Meu escudo, o papel
Em um canto, pedaços de uma folha rasgada
Em minha boca, o fel
Assim segue esssa vida desgraçada
Da qual sequer levarei um troféu

Em sextilhas tento pôr para fora
Toda essa dor que me consome
Me desligo de tudo nessa hora
Não tenho amigos, família ou nome
Mas meu tempo acabou, pararei agora
Meus monstros precisam saciar sua fome

Comentários

  1. Não há troféu maior que o dom de escrever versos como esses e ter a sensibilidade necessária para sentir não apenas por um, mas por um exército de homens reunidos.

    Você é um verdadeiro poeta, sente, sangra e respira a mais profunda realidade.

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