O Viajante

Com os olhos vermelhos e o peso da vida nas costas, ele caminha. Não se importa com os obstáculos, nao muda sua decisão de sempre andar em linha reta. Passa por buracos, barreiras, pessoas... Mas sempre segue em frente, mantém seus olhos no horizonte.
A vida pesa a cada passo, a energia se esvai a cada centímetro, mas ele continua.
Ignora a dor, ignora o cansaço, ignora suas limitações. Sempre com o olhar fixo no seu sonho.

"Sonhos são sonhos e sempre sempre serão só sonhos" lhe disseram um dia, mas não se importava, preferia ignorar a realidade que lhe era tão cruel e injusta. Em seu mundo de ilusões e planos ele era feliz: não existia o cansaço, não existia a tristeza.

Em alguns trechos do caminho ele parava, acenava à algumas pessoas que passavam, reparava em seus caminhos: uns quebrados, outros sinuosos, outros quase retos... Nunca chegara a ver um caminho como o seu - as trilhas se embaralhavam em alguns pontos, se uniam em outros, se separavam ao longe. Caminhos estranhos, indecisos, inconstantes... Não entendia muito de inconstância, tudo sempre foi planejado em sua vida - qualquer variação em seus planos o desesperava.

Mas apesar de tudo isso, apesar de todos esses planos e movimentos calculados, ele nunca teve a certeza de estar no caminho certo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Egoísmo e o Auto Isolamento

O Menestrel