Papelada

Não sou poeta
Não sei rimar
Só escrevo o que sinto
O que me acontece nessa vida incerta
A dor de não saber amar
Se eu disser que sou poeta, minto

Com palavras nunca fui bom
Melhores que eu tantos são
Sempre os invejei
Eles devem ter um dom
E me esforçando ou não
No nível deles jamais chegarei

Meus temas são fúteis
Minha criatividade limitada
Meus poemas são uma chatisse
De tão chatos, inúteis
Não passam de papelada
A papelada da mesmice

Não sei escrever
Isso é verdade
Mas o faço para amenizar minha dor
A dor de viver
De caminhar pela cidade
Caminhar sentindo rancor

Com rimas imperfeitas e pobres
Escrevo meus desabafos
Se não o fizer, eu morro
São tantas as dores
Que as separo em tufos
Talvez isso seja um erro

Sorte minha que nunca sonhei
Em viver de poesia
Isso nunca acontecerá
Sinto pelos que têm o sonho que citei
Pelos que acreditam nesssa fantasia
Pois viver de poesia, ninguém viverá

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