Cena de Pele



Do afago da faca o bálsamo da madrugada,
O escuro nasceu quando a luz foi excitada:
Tua pele branca me arrepia,
Tua pele, quente e macia,
Me prende em teu corpo despido,
No suor do meu corpo reluzido,
Meus seios se arrepiam as pontas,
Na brincadeira que tua língua me apronta,
No cheiro que é o teu cheiro em mim,
Beijo, Blues, gemidos e Jasmim.
Tua disciplina de recolher minha saliva,
Fazer-se fogo e queimar-me viva.
Tua escola de me alinhar no vai-e-vem,
Nessa trama tua e nua e de mais ninguém.
Nessa arte sem vergonha de provocação,
Sou a teoria, você é minha ação.
Como uma cena não contida,
Numa explosão que se alastra facilmente,
Tem espinhos uma Rosa crescida,
Tem peçonha os olhos da serpente,
Como o que vicia sem fazer mal,
Teu toque é minha poesia carnal,
Meu refúgio, meu paradeiro:
Encaixada em teu corpo, escrava do teu cheiro.
Te escureço em minha rima,
Te versando nesse interno calor.
Cena de pele nunca termina:
Não é sexo, é amor.


L. Kuchma

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