Espectro

Uma taça de vinho para comemorar
Os poucos dias de vida que hão de restar
Àqueles que o jogaram ali
Que o transformaram no monstro que vi
De olhos negros e barba cinzenta
Sua idade era trinta, mas aparentava oitenta

As décadas no cárcere sua alma corromperam
Esperanças, sonhos e fantasias morreram
A vingança era visível em seu semblante
Doce, fria, acolhedora, deslumbrante
Com empenho caçará os culpados
E o inferno trará aos verdadeiros condenados

Um espectro, uma maldição
Uma lâmina afiada em cada mão
Movimentos rápidos, sangue jorrando
Um corte, um coração, o prazer aumentando
A realização de tirar uma vida
De julgar uma alma que deve ser punida

Quando o vejo, não reconheço
Aquele certo medo que via no começo
Sua aura se tornou pesada e funesta
Não sei se é homem, demônio ou besta
A dor e o exílio o fizeram mudar
Aquela ternura foi trocada, pelo desejo de matar

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