Suor Noturno





Confundimos nossas pernas no bálsamo da madrugada
Eram dois corpos, duas brasas, duas navalhas ligeiras
E ao sentir o gosto do orvalho em minha boca molhada
Minhas bochechas ficavam vermelhas
Me banhando do suor nas tuas coxas de veludo
Meus seios imaturos nas tuas mãos se arrepiavam
Por um instante o meu gemido mudo
Dava voz às almas penadas que de mim saltavam
Você, me olhava de canto a canto ali na cama, nua
Eu, escondia com os cabelos o rosto corado
Você me fazendo sentir toda sua
Eu te sentindo em meu corpo acoplado
Aquele suor noturno escorrendo através das veias do meu pescoço marcado
Pelas pontas afiadas da tua barba provocante
Dizia sobre o prazer de estar ao teu lado
E provar da tua penetragem vacilante
Você me pervertia as vias respiratórias
Com tua velocidade segura
Escrevendo em minhas costas as tuas histórias
Dançando teu Tango na minha cintura
Não sabíamos exatamente sobre os riscos e o perigo
Contemplando a perda da inocência naquela arte corpórea
Eu me abria com você, você se abria comigo
Os lençóis tratavam de guardar tudo na memória
E num impulso inflamando em teu olhar
Você me segurava pelos braços na quina da cama...
Em todo inicio do alvorecer, eu te sinto gozar
Dizendo que me ama.






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