Ego
Com ínfima forma e estrutura,
De sombra em sombra se movimenta
Cabeça baixa, tão quão sua altura
Adiando sua morte, violenta
Olhar fosco, para a frente (sempre)
Pele pálida como a neve (fria)
Passos lépidos, apesar do peso
Suas costas curvadas não mentem
Seguir o vazio é sua sina
Sonhar com o infinito, sua pena
Abandonou a esperança (aquela mentira)
Toda noite uma nova cela
Fragmentos de memórias por onde anda
Outrora vivas, agora cinzentas
Não há luz no fim do túnel
À este verme que se apresenta
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